Um lugar conhecido por poucos. Um espaço onde transitam grupos como
Anonymous e onde informações como as do Wikileaks são coletadas. A
internet como todos conhecem é apenas parte do espaço virtual. Para além
dela existe uma outra, conhecida como deep web -- ou web profunda. Numa
reportagem especial, nossa equipe mergulhou nesse universo paralelo, em
que não há regras, e os perigos são muitos.
O primeiro choque
com a deep web é em relação ao tamanho deste lado escuro da internet. Um
iceberg, um destes blocos gigantes de gelo que vagam pelo oceano. A
parte visível, que fica acima da superfície da água seria o
correspondente à nossa internet cotidiana, como conhecemos hoje. Os
outros 90% submersos escondidos ali representariam a proporção desta
parte da rede.
Para quem nunca ouviu falar no assunto, a
principal diferença entre a nossa internet e a deep web é que neste lado
escondido da rede, nada é indexado. Nada é rastreado. Todo o tráfego do
dados é criptografado, o que significa privacidade e anonimato, o que
pode ser bom e ruim ao mesmo tempo.
"A deep web se diferencia
muito da rede normal, porque é tudo criptografado", conta Jaime Orts Y
Lugo, especialista em segurança. Ele explica que diferentemente da web
tradicional, neste pedaço da web, a informação passa por vários pontos,
recebendo uma criptografia em cada um.
Na web normal, tudo que
fazemos para chegar a qualquer destino pode ser facilmente rastreado.Ou
seja, privacidade é ilusão. Mais que isso: mecanismos inteligentes
identificam o que fazemos o tempo todo na rede para, logo em seguida,
oferecer publicidade dirigida e relacionada ao nosso gosto pessoal. E
muita gente acaba usando a deep web simplesmente por não estar de acordo
com esta regra imposta por gigantes como o Google.
"Eu diria que
há o respeito à privacidade na parte de baixo [da internet]. Eu não
quero ter uma máquina cheia de cookies. Eu não quero que as pessoas
saibam o que eu estou comprando, o que eu gostaria de comprar, nem quero
ser bombardeado com oportunidades de compra só por estar fazendo uma
busca", diz Lugo.
engetec.it
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014