Os Governos Municipais, Estaduais e Federais nos últimos anos, tem apregoado a sociedade brasileira a necessidade de se fazer a “inclusão digital” ou “outras inclusões” para todos os que não têm acesso às tecnologias de informação e comunicação. Não é difícil concluir-se que a mesma está fadada ao insucesso, visto que as formas utilizadas não são eficientes, pois, utilizam equipamentos ultrapassados e mão de obra não qualificada e sem um planejamento correto, exemplo: Grande parte dos “INCLUÍDOS” em tais projetos não tem nenhuma noção de informática e/ou tecnologia, ou seja, de como aplicar em seu dia-a-dia a grande carga de informações recebidas durante a vigência do “CURSO”, a maioria destes alunos nunca tiveram contato com este tipo de equipamento, principalmente nos municípios do interior. Os Governos Municipais, Estaduais e Federais nos últimos anos, tem apregoado a sociedade brasileira a necessidade de se fazer a “inclusão digital” ou “outras inclusões” para todos os que não têm acesso às tecnologias de informação e comunicação. Não é difícil concluir-se que a mesma está fadada ao insucesso, visto que as formas utilizadas não são eficientes, pois, utilizam equipamentos ultrapassados e mão de obra não qualificada e sem um planejamento correto, exemplo: Grande parte dos “INCLUÍDOS” em tais projetos não tem nenhuma noção de informática e/ou tecnologia, ou seja, de como aplicar em seu dia-a-dia a grande carga de informações recebidas durante a vigência do “CURSO”, a maioria destes alunos nunca tiveram contato com este tipo de equipamento, principalmente nos municípios do interior. Segundo o Mapa de Exclusão Digital divulgado no início de Abril/2003 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) juntamente com outras entidades, aproximadamente 12% dos brasileiros têm computador em suas residências e pouco mais de 8% encontram-se conectados à Internet. Desta forma num país como o Brasil com sua extensão territorial, onde falta escolas, saúde e saneamento básico “O que fazer com as informações recebidas, isto é, quando estas informações chegam a lugares tão remotos. Antes das eleições uma televisão brasileira fez uma reportagem no interior do estado do Nordeste e fizeram as seguintes interrogações:” “Quem é o Presidente da República?”; “O que sabe sobre a guerra no Oriente Médio?” E a maioria dos entrevistados não souberam responder a estas questões que para nós parece tão corriqueira, nos espantamos por estas pessoas não terem acesso a estas informações, sendo assim, imaginemos “incluir digitalmente” as mesmas sem antes lhes dar a oportunidade de sobrevivência e informações, provavelmente os governos não obterão nenhum resultado efetivo, somente a propaganda de que fazem a INCLUSÃO DIGITAL, desta forma garantido-lhes votos e o mérito de tal projeto.Será que os governos têm realmente a intenção de realizar a inclusão digital? Ou a mesma é somente uma forma de promover o próprio governo. A informática causou significativas mudanças nos hábitos da população e mesmo facilita o nosso dia-a-dia, através da Internet nos permite fazer a volta ao mundo e poucos minutos, por outro lado, trás uma “preguiça” mental já que a mesma facilita a todos que a acessam informações “prontas” o que faz que muitos alunos ou mesmo profissionais busquem a forma mais fácil para resolver suas questões, o movimento das bibliotecas nas escolas reduziu significativamente, pois é mais cômodo pegar pronto do que ter o trabalho da pesquisa. Ao mesmo tempo a rede mundial de computadores (internet) trás vários benefícios, tais como:· Propicia ambiente competitivo as mais variadas instituições, inclusive as não tradicionais;· Promove o declínio de custos de processamento;· Motiva a erosão geográfica e de produtos;· Influência o planejamento e redesenha organizações.A tecnologia possibilita a melhoria de qualidade em diversos aspectos dos negócios.Pode-se ainda destacar a promoção de produtos bem como uso de novos canais de venda e distribuição, possibilitando novas oportunidades de negócios. É inegável as alternativas oferecidas. Agora, se mudarmos nosso foco de empresas e instituições para indivíduos, é visível que a maioria da população brasileira, aproximadamente 90%, encontra-se excluída do desfruto das tecnologias da era digital. Para termos uma idéia da quantidade de excluída, basta responder a perguntas simples como, por exemplo:1) Quantos brasileiros possuem computador pessoal em suas residências?2) Quantos possuem linha telefônica?Até bem pouco tempo atrás, era ínfima a quantidade de pessoas que tinha telefones em suas residências. Tudo isso em razão da necessidade que antes se tinha de comprar a linha telefônica. Anteriormente, o indivíduo tinha de comprar uma linha e, além disso, recebia ações da empresa que comercializava as linhas telefônicas. Com a reformulação do sistema brasileiro de telecomunicações, esse modelo antigo deixa de existir e, hoje em dia, o cidadão simplesmente solicita a instalação de uma linha e paga pela assinatura mensal e uso que faz da mesma. Atualmente, embora o brasileiro possa dispor desse recurso e facilidade, caso esse indivíduo faça um uso modesto da linha telefônica para ter acesso a Internet, além de algumas ligações telefônicas ao longo do mês, tal uso resultará numa conta telefônica com valor mensal entre R$ 40,00 e R$ 50,00. Isto tudo considerando que ele tenha acesso a Internet através de algum provedor gratuito, dentre vários existentes. Adicionalmente, se o indivíduo quiser ter acesso a Internet, ele precisa dispor de um computador pessoal o qual tem um custo de aproximadamente, R$ 1.300,00. Se o indivíduo optar por financiar a compra do computador em 24 pagamentos, ele irá pagar uma prestação com valor médio de R$ 95, 00, resultando num custo total de R$ 2.280,00 (o qual compreende muitos salários mínimos).Ao mesmo tempo a exclusão sócio-econômica desencadeia a exclusão digital ao mesmo tempo em que a exclusão digital aprofunda a exclusão sócio-econômica. A inclusão digital deveria ser fruto de uma política pública com destinação orçamentária a fim de que ações promovam a inclusão e equiparação de oportunidades a todos os cidadãos. Neste contexto, é preciso levar em conta indivíduos com baixa escolaridade, baixa renda, com limitações físicas e idosos. Uma ação prioritária deveria ser voltada às crianças e jovens, pois constituem a próxima geração.Um parceiro importante à inclusão digital é a educação. A inclusão digital deve ser parte do processo de ensino de forma a promover a educação continuada. Note que educação é um processo e a inclusão digital é elemento essencial deste processo. Embora a ação governamental seja de suma importância, ela deve ter a participação de toda sociedade face à necessidade premente que se tem de acesso à educação e redistribuição de renda permitindo assim acesso à tecnologia.Ações de inclusão digital devem estimular parcerias entre governos (nas esferas federal, estadual e municipal), empresas privadas, organizações não governamentais (ONGs), escolas e universidades. Governos e empresas privadas devem atuar prioritariamente na melhoria de renda, suporte à educação bem como tornar disponíveis equipamentos à população.Algumas ações que podem ser promovidas pelos governos e empresas privadas incluem:· Disponibilizar acesso a terminais de computadores e correio eletrônico a toda a população;· Oferecer tarifas reduzidas para uso dos sistemas de telecomunicações;· Criar mecanismos de isenção fiscal, sem muita burocracia, para o recebimento de doações de computadores e equipamentos de infra-estrutura.Essas ações não são suficientes. É ainda necessário o desenvolvimento de redes públicas que possibilitem a oferta de meios de produção e difusão de conhecimento. As escolas e universidades constituem também componentes essenciais à inclusão digital uma vez que diversos protagonistas (professores, alunos, especialistas membros da comunidade) atuam em conjunto para o processo de construção de conhecimento. Note que a inclusão digital deve existir em conjunto para que ela ocorra de fato. De nada adianta acesso às tecnologias e renda se não houver acesso à educação. Isto porque o indivíduo deixa de ter um mero papel “passivo” de consumidor de informações, bens e serviços, e então passa também a atuar como um produtor (de conhecimentos, bens e serviços). É também imperativo que a inclusão digital esteja integrada aos conteúdos curriculares e isto requer um redesenho do projeto pedagógico e grade curricular atuais de ensino fundamental e médio. É pré-requisito considerá-lo também na formação de profissionais dos cursos de Pedagogia, Licenciaturas e similares.Os indivíduos, que por condições de insuficiência de renda, não têm como dispor de computador e linha telefônica em casa poderiam ter a exclusão atenuada, caso tenham acesso através de empresas, escolas ou centro de cidadãos. Esses recursos destinariam-se prioritariamente àqueles que não têm acesso em suas residências.Vale ressaltar que este tipo de solução tem natureza paliativa. Adicionalmente, poderíamos ainda considerar o uso do software livre em computadores o qual seria sem qualquer custo. Entretanto, deve-se considerar a facilidade de operação, suporte e manutenção existentes. Ademais, há ainda demanda reprimida de usuários de sistemas de telecomunicações, especificamente, o sistema de telefonia fixa que pode e precisa ser expandido a fim de prover a população com esse serviço básico além de permitir que ela tenha acesso a Internet.O Brasil tem condições de superar esse atraso e as vicissitudes existentes. Todavia, para que isso de fato ocorra, é preciso começar a fazê-lo hoje, ou melhor, ontem. Do contrário, as gerações vindouras continuarão com elevado índice de excluídos da era digital. A inclusão digital que compreende acesso à educação, renda e tecnologia. A ausência de qualquer um desses fatores significa deixar quase 90% da população brasileira permanecendo na condição de mera aspirante a inclusão digital. Dentro deste contexto, considera-se que a inclusão digital é necessária a fim de possibilitar a toda a população, por exemplo, o usufruto dos mais variados serviços prestados via Internet. Hoje em dia, ter acesso a Internet significa acesso a um vasto banco de informações e serviços. Este imenso repositório de conteúdo e serviços merece e deve ser utilizado por toda população brasileira. É preciso que o governo, como principal protagonista, assuma o papel de coordenador e atue em conjunto com sociedade civil organizada a fim de assegurar a inclusão digital. Apesar da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em vigor desde 1996, já preconizar a necessidade da "alfabetização digital" em todos os níveis de ensino, do fundamental ao superior, o censo escolar do Ministério da Educação (MEC), realizado em 1999, revelou que apenas 3,5% das escolas de ensino básico tinham, naquele ano, acesso à Internet, e cerca de 64 mil escolas do país não tinham sequer energia elétrica. Nos últimos anos, esse quadro está mudando, com iniciativas governamentais a nível federal, estadual e municipal, além de apoios privados e do terceiro setor, mas a exclusão digital nas escolas brasileiras ainda é grande. Embora os índices de informatização nas escolas tenham aumentado consideravelmente de 1999 para 2006, a inclusão digital nas escolas da rede pública ainda não é uma realidade. O laboratório de informática existe, mas não é usado com freqüência. Não é uma atividade rotineira para os alunos; não é como a biblioteca, que fica aberta o tempo todo (em algumas escolas), não temos ainda professores treinados, muito menos equipamentos adequados. Para se falar em inclusão digital na educação, não basta instalar computadores em escolas públicas. É preciso capacitar o professor para que ele transforme a sua aula utilizando a ferramenta digital. Além disso, seria preciso manter o laboratório de informática permanentemente aberto, com um profissional que o assumisse e ficasse responsável pela alfabetização digital. Primeiro, é preciso quebrar a barreira do acesso. Depois, é preciso manter esse acesso, tanto nas escolas, como nas residências dos “incluídos”.É fundamental a instalação de laboratórios de informática com acesso à Internet nas escolas públicas, com uma estratégia de uso público fora dos horários das aulas, mas sem perder de vista uma perspectiva futura. Projetos de inclusão não devem ser pensados como pacotes prontos de soluções tecnológicas para comunidades economicamente desfavorecidas, mas sim como iniciativas estratégicas para a promoção da inclusão social - e não apenas digital. A qualidade do resultado depende de como isso é feito. Se o objetivo é colher as informações para criar novos conhecimentos, é preciso que o aluno tenha competência e habilidade para analisar e sintetizar as informações, e não simplesmente fazê-lo fazer parte das estatísticas dos governos.A possibilidade de uso de computadores, apesar de sua importância para o acesso à informação e para a entrada no mercado de trabalho, continua restrita a poucos. A chamada exclusão digital pode significar um aprofundamento ainda maior da divisão entre as populações dos países ricos e dos países pobres, dificultando o processo de desenvolvimento do Terceiro Mundo.
Entre outras iniciativas para combater o problema, distribuídas por todo o Brasil, foram criados, os Telecentros que são espaços de contato das populações pobres com microcomputadores e com as informações necessárias para o seu uso. O diferencial dos Telecentros com outros projetos de inclusão digital é sua forte ênfase no uso dos computadores para a inclusão social. Mesmo estes Telecentros sofrem com a falta de estrutura e de verba para “dar” a oportunidade de contato com estas informações, em Porto Alegre no mês de setembro de 2006 os mesmos foram fechados por falta de repasses do governo (conforme matéria publicada nos jornais), os monitores demitiram-se e os equipamentos estão sem condições de funcionamento por absoluta falta de manutenção, este é um fato desmotivador para o incluído e para a sociedade, já que cria uma enorme distância entre o estado e o cidadão. Fazendo-nos mais uma vez nos sentirmos impotentes diante de tal fato e sem ter como explicar para o incluído que apesar de toda tecnologia e informação, o estado “esqueceu” de providenciar verbas para dar continuidade ao projeto proposto.A inclusão digital e inclusão social são indissociáveis. Nesse sentido, alguns projetos desenvolvidos mostram que é possível alcançar resultados positivos, quando uma pessoa passa a discutir acesso às universidades públicas ou cotas para negros nas universidades, usando o computador para fazer um texto, podemos dizer que isso é inclusão digital. Inclusão digital virou expressão de moda. Sobre ela falam aqueles que desenvolvem projetos diversos nesta direção. Mas é um desses termos que vai sendo incorporado aos nossos conceitos para explicar a sociedade da informação sem que saibamos exatamente o que expressa. Cabe, portanto a nós que temos um recurso tão valioso de ensino, dar nosso toque de humanidade, somando a isso, o que temos também de precioso a contribuir: uma cultura específica e própria ao grupo que se pertence, que são nossos valores e princípios.
Quando surgiu o computador para uso pessoal, foi apostando que pessoas e suas famílias pudessem se beneficiar e otimizar tempo e ganhar qualidade e objetividade em seus serviços (desde a confecção de cartas, trabalhos escolares a projetos e pesquisas de cunho profissional). Este segmento foi conquistado e continuamos cada vez mais aprendendo a utilizar destes benefícios. Enfim a escola ganha também este espaço, e neste processo infinito que é o desenvolvimento humano, devemos nos perguntar: “Como sermos suficientemente apropriados para possibilitar o crescimento intelectual e emocional e também a capacidade criativa através do ensino pelo computador?”. Ou seja, como tornarmos esse rico instrumento a favor do Homem, podendo ele agregar valor a si. E esse é nosso trabalho. Cabe ao professor de várias disciplinas, da figura do educador da escola e da família, do profissional do laboratório de informática e também, oferecer o elemento humano fundamental na teoria e prática, que quando unidos certamente produzem um ensino, com efeito, crítico e ético e não uma mera máquina para entreter.
É pensando nesta soma que vamos refletir sobre a educação e a violência que aprendemos na família e reproduzimos em nossas relações inclusive no trabalho. Então, se somos condutores deste recurso de ensino pelo computador, precisam garantir nossa dose de resolução pessoal ao máximo e isso significa expressar o humano que se é, verificando em nós mesmos determinados padrões viciados ou crônicos, que tiram a qualidade de nosso contato com a vida e com as pessoas.
É, portanto a violência, a negligência, a exclusão do conhecimento para muitos, talvez o maior dano que a humanidade vem sofrendo, modificando a concepção de que a violência é um processo distante da interação pessoal.
O combate à exclusão digital só será possível em caráter de política pública. A desigualdade tecnológica, a falta de acesso à informação e a pouca infra-estrutura disponível para o desenvolvimento solidário de conhecimento são fatores que colaboram para a marginalidade de parcelas da sociedade. Promover a utilização massiva dos recursos como mecanismo de desenvolvimento social é redesenhar o futuro do país.
“Embora não esgotem a definição do problema, pode ser que comecem a abrir um caminho de entendimento”.
engetec.it
terça-feira, 25 de novembro de 2014